quinta-feira, 31 de março de 2022

O Robô e o Menino - O conhecimento sozinho não é suficiente




Um menino cresceu na companhia de seu amigo Robô. Tudo faziam juntos, era seu companheiro desde quando era bebê.

Certo dia, percebeu que seu amigo robô estava muito triste. Preocupado, perguntou-lhe: O que está acontecendo Robô? Por que está triste?

O Robô disse-lhe: Estou cansado das minhas tarefas serem todas pré-programadas pelos humanos, disse, em desabafo ao menino. Quero ter um coração para poder tomar decisões, como os humanos.


O menino disse a ele: Isso não podemos dar a você, Robô. Isso nos foi dado pelo Criador. Muitos seres humanos dariam tudo que têm para terem toda a informação que você tem no cérebro deles.

Por quê? Porque assim seriam apreciados, teriam maior aprovação de toda a sociedade, conseguiriam empregos em altas posições das companhias e salários bem pagos em seus trabalhos.

Eu entendo que receber aprovação é algo agradável. Mas no meu caso, disse o robô, sou aprovado até que seja criada uma melhor tecnologia do que a minha, ou seja, um robô de tecnologia mais avançada que a minha. Então, serei jogado no lixo.

Se eu tivesse um coração, amaria todas as pessoas e daria valor a elas, pois todas têm potencial para serem bondosas, importarem-se e cuidarem umas das outras e de suas reais necessidades. Todas tem algo a contribuir com seu trabalho usando seus dons e talentos. Só é preciso dar chance e condições para que todos se desenvolvam.

Se eu tivesse um coração, agradeceria ao Criador todos os dias por me dar a liberdade de tomar minhas próprias decisões e me juntaria a outros que querem ajudar a construir um mundo mais amável, onde ninguém é excluído, nem inferiorizado ou descartado.

Um mundo onde todos podem desenvolver seus talentos e dons, e terem oportunidades para ajudarem uns aos outros nas suas necessidades que envolvem diferentes áreas do conhecimento. Assim todos poderão ter suas necessidades básicas humanas satisfeitas, pois todos serão contribuintes, todos serão respeitados e valorizados.

Veja por exemplo aquele garoto que dorme na rua– ele não é bem tratado; vê aquele lá – é rico, tem tudo, mas não é feliz; E a quantidade de informação não pode mudar isso. Mas, a decisão em usar a informação para realizar bons atos e gestos pode fabricar felicidade.

Eu sou programado para fazer sempre as mesmas coisas. Não posso interromper meu programa para cuidar de uma pessoa necessitada, ou para dar um sorriso para alguém que está triste, ou para ajudar alguém sobrecarregado a carregar sua carga.

Cuidar de alguém de acordo com suas necessidades reais básicas requer percepção e decisão. Fazer cada um a sua parte. Quando Deus me der meu coração, vou usar toda informação que tenho para ajudar as pessoas a não sofrerem mais.

O menino disse: Sabe de uma coisa, Robô. Você já tem um coração. E ele é muito menos duro do que o de muita gente.

Por quê? - disse ele surpreso – Porque mesmo que ainda não possa tomar decisões, você já tem o melhor desejo: o de servir a outros para benefício deles.

O tempo foi passando e chegou rapidamente o dia em que o Robô se tornou obsoleto, ultrapassado, e, conforme previa, foi considerado, por muitos, sucata.

O menino, que então já era pai, entretanto, manteve o amigo consigo em boas condições e nunca deixou de amá-lo. Pelo contrário, resolveu contar a história do seu amigo Robô aos seus filhos e eles a seus vizinhos e amigos de escola, que por, sua vez, contaram a todos ao seu redor, e assim, a história do Robô se espalhou; Todos queriam conhecê-lo e ele se tornou a referência de todas as gerações que depois do menino vieram, para que nunca ninguém se esquecesse de que a decisão de amar e cuidar um dos outros, principalmente dos menos favorecidos, que não tiveram boas condições de desenvolvimento ou estão em posições mais frágeis, é mais preciosa que milhares de informações usadas por alguém cujo coração se tornou frio.

Pois, as informações podem mudar e o ser humano pode descobrir mais coisas que hoje não conhece, mas o amor é eterno e liga os corações para todo sempre. Com amor, podemos beneficiar outros utilizando conhecimento. Com amor, podemos remover a dor de quem não tem suas necessidades supridas e ajudar com que eles mesmos tenham emprego e possam usar seus dons e talentos e através disso receberem seu salário. E os que não tem paz e até os que esqueceram o amor de seu coração, podem reaprendê-lo e praticá-lo novamente, não deixando as tarefas e excesso das informações danificarem o principal.


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